LUTERANOS AFIRMAM QUE BENÇÃO NÃO SIGNIFICA CELEBRAÇÃO NUPCIAL
A  Igreja Evangélica Luterana da Itália assinalou  que poderá começar a abençoar uniões  homossexuais, durante a assembleia  anual  de seu Sínodo, encerrada  semana passada.   
 Esta é a  primeira vez que uma instituição  religiosa cristã do país europeu  aventa a hipótese. Ela será analisada  por uma  comissão de estudos "que  produza uma relação sobre a possibilidade de  bênçãos a  uniões de  vida, inclusive homossexuais".
Tais  "bênçãos", assinalaram  os  luteranos em uma nota, "no entanto, não  podem e não devem ser  confundidas com a  hipótese de uma celebração  nupcial". 
O decano  da Igreja, Holger  Milkau, se  disse satisfeito de sua reeleição ao cargo  coincidir com "uma decisão em  um  certo sentido histórica para a  Itália, tal como o início de um percurso,  pela  primeira vez da parte  de uma igreja, que poderá levar à aprovação da  bênção das  uniões de  vida diferentes da família clássica".
"Um  caminho difícil, mas  para ser confrontado com serenidade e coragem e no  qual conciliar os  aspectos  pastorais e humanos", acrescentou o  evangélico. 
De acordo  com a nota da Igreja, o lançamento da comissão nasceu "da experiência  pastoral que leva  cotidianamente ao contato com novas e diversas formas  de convivência". 
"Cada  igreja deve assistir e  apoiar as pessoas, também nas suas situações  mais  difíceis, e contribuir para a superação de qualquer possível forma  de  discriminação social, marginalização e isolamento", continuou a   entidade. 
A  comissão "não deverá estabelecer se é  favorável ou não a formas de   convivência não tradicionais ou às uniões homossexuais, mas simplesmente    trabalhará para compreender como fazer para acolher e respeitar   realmente todos,  mesmo quem é diferente da maioria", explicou Milkau. 
"Se o  casamento,  com seu valor peculiar na tradição cristã, não é equiparável  a outras  formas de  convivência, a Igreja Luterana entende legítimo  que pessoas que vivem um   sentimento de amor desejam valorizá-lo com a  bênção de Deus, que não  seria  portanto uma afirmação ética, mas  pastoral-religiosa", completou o  decano. 
Segundo o  religioso, "no centro da convicção evangélica do  luteranismo  está a  escuta da palavra justificante de Deus e o reconhecimento  recíproco de   quem vive percursos de vida diferentes".
Cerca de  82% da população da   Itália é cristã, sendo que destes, 96,6% são  católicos. É na capital do  país,  Roma, que se encontra a Santa Sé --  sede da Igreja Católica --, que tem  como uma  de seus mais enraizados  princípios a não aceitação da união entre  pessoas do  mesmo sexo.

 
 
 
 
 
 
 

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