EVANGELISMO OCUPA POSIÇÃO SECUNDÁRIA ENTRE LÍDERES
Para 27% dos pastores a plantação de novas igrejas é um assunto preocupante e que gera expectativa. O resultado é fruto de um estudo desenvolvido pelo pesquisador Rubens Muzio e publicado no livro DNA da Igreja. Há quinze anos estudando o assunto, o pesquisador da Sepal entrevistou 270 lideres das mais diversas denominações e estados para chegar ao resultado. O tema evangelismo vem em segundo lugar com 17% das preocupações dos líderes.
Há quinze anos pesquisando a plantação e crescimento das igrejas, Rubens percebeu que o tema se tornou ênfase ministerial particular. Em 2007 ao trabalhar na criação de um curso de treinamento para plantadores de igrejas focalizados nas regiões menos alcançadas do Brasil, ele percebeu que faltavam respostas e dados concretos, por isto enviou centenas de e-mails e começou um processo sistemático de entrevista, estudos de campo nas mais diversas denominações. As entrevistas que gerou o livro não ouviu apenas igrejas grandes, mas teve o trabalho de entender o processo dos ministérios pequenos ou iniciantes. “Boas igrejas, às vezes não crescem e aqueles que crescem as vezes não são boas (saudáveis) igrejas". O sucesso na igreja é relativo ao espaço que ocupa dentro do Reino de Deus. Por vezes, o fracasso e martírio de missionários resultaram em considerável expansão para o Reino de Deus. Outras vezes, o crescimento da igreja produziu inchaço numérico, heresias, escândalos sociais, conversões superficiais. A inquisição e as cruzadas foram também motivadas pela expansão da igreja. Apesar da dificuldade que é juntar informações entre os evangélicos, inclusive pela suspeita: “O que será feito com esses dados?”; o fato de fazê-lo em nome do projeto Brasil 21, ministério que pertence a Sepal, facilitou o processo, trazendo mais credibilidade, transparência e sinceridade. 270 igrejas de todo o Brasil, representantes de dezenas de denominações, responderam detalhadamente a pesquisa.
O autor percebeu ainda que as igrejas se enfraquecem pela falta de uma teologia mais robusta e perdem o ânimo pela ausência de uma mentalidade bíblica mais sólida. “Como poderíamos formar igrejas teologicamente saudáveis se continuarmos a enfatizar prosperidade financeira, auto-ajuda psicológica e emocional, cultos de libertação sem santificação e uma adoração empobrecida do entretenimento, sem consistência bíblica? Precisamos refletir sobre essa igreja que atrai multidões, mas distorce a Palavra de Deus! Não é apenas adultério, corrupção ou drogas que mandam as pessoas para o inferno. A heresia também. Parece-me que os cristãos não conseguem influenciar decisivamente a cultura brasileira nem nosso processo histórico pela falta de uma boa visão da pessoa, da vontade e dos planos de Deus. Precisamos de uma teologia maior que as questões sociais, mais atraente que o consumismo, mas robusta que as necessidades psicológicas e emocionais. Precisamos de uma saudável visão de mundo segundo Jesus - uma cosmovisão bíblica - que transforme a mentalidade e a vida do cristão pós-moderno”, denomina.
Pelo resultado a plantação de igrejas onde o povo está preocupa 23% dos pastores, seguido do evangelismo com 17%. O tema finanças e apoio a igrejas pequenas têm 13% do interesse. Em último tópico, o tema melhorar a comunicação gera interesse em 0,5%.
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