SILAS AFIRMA QUE MARINA É DISSIMULADA
A seis dias da eleição, o pastor Silas Malafaia, da Assembleia de Deus  Vitória em Cristo, acusou ontem a presidenciável Marina Silva (PV) de  "dissimular" suas ideias sobre a liberação do aborto e da maconha e  anunciou apoio a José Serra (PSDB). 
 Ele era o principal líder evangélico a declarar voto na candidata, que é  fiel da Assembleia de Deus. A mudança foi comemorada pelos tucanos, que  contam com discursos a favor de Serra nos programas de TV do pastor. 
 Malafaia havia anunciado apoio a Marina na sexta-feira, pelo Twitter. Em  carta enviada ontem a fiéis, ele a chamou de "pessoa que se diz cristã"  e a condenou por defender um plebiscito sobre os dois temas polêmicos. 
 "Pior do que o ímpio é um cristão que dissimula", escreveu. "Ao propor  plebiscito, Marina está jogando para a torcida, para ficar bem com os  que são contra e com os que são a favor. Sai de cima do muro, minha  irmã!". 
 O pastor disse ainda: "Como faltaram convicção e firmeza em suas  declarações, uma vez que o cristão tem de mostrar a cara posicionando-se  de forma categórica contra o pecado, Marina perdeu meu voto. Já que não  tenho tantas opções, votarei em Serra para presidente." 
 A carta foi concluída com um ataque ao PT: "Infelizmente, Marina não nega suas raízes petistas." 
 A deserção surpreendeu Marina e sua equipe, que foi informada da carta pelo jornal "Folha de São Paulo". Os verdes ainda festejavam a adesão do pastor. 
 Em nota, a campanha se disse surpresa: "Por se tratar de um líder  religioso bem informado, causou estranhamento a revisão de seu apoio  três dias depois, com objeções a posicionamentos defendidos  exaustivamente por Marina desde o lançamento da candidatura." 
 A senadora prega a realização dos plebiscitos sobre aborto e maconha  desde o início do ano. O pastor Sóstenes Cavalcante, ligado a Malafaia,  alegou que ele não sabia e decidiu mudar o voto ao ouvi-la no debate da  TV Record, domingo. 
 Um dirigente da campanha tucana afirmou que Serra não esperava a adesão  de última hora e reforçará a defesa de posições conservadoras para  ganhar mais força com os evangélicos. 
 A aproximação entre Malafaia e Marina preocupava aliados de Dilma Rousseff (PT), especialmente no Rio. 
 O pastor, que não quis dar entrevista, comanda seis horas diárias na TV  aberta. Compra horários na Bandeirantes, na RedeTV! e na CNT. Seu irmão  Samuel Malafaia é candidato a deputado estadual no Rio pelo PR, do ex-governador  Anthony Garotinho. 

 
 
 
 
 
 
 

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