Pré-candidata a presidente da República pelo PV, a senadora Marina Silva criticou ontem a disputa que se trava na imprensa entre os líderes do PT e PSDB, que comparam os governos de Luiz Inácio Lula da Silva e Fernando Henrique Cardoso. Ontem, durante uma longa agenda que cumpriu em Natal, a senadora destacou também que uma das propostas dela é implantar a “terceira geração do Bolsa Família”, que incluiria a profissionalização dos jovens, além da assistência financeira mensal.
Marina Silva afirmou que o Brasil precisa “livrar-se da disputa entre os dois passados” — um do presidente Luís Inácio Lula da Silva (PT) e outro do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) —, assim como do debate em torno dos currículos dos pré-candidatos a presidente Dilma Roussef (PT) e José Serra (PSDB). “O Brasil é muito maior que esses passados e esses currículos”, enfatizou, ao discursar durante almoço promovido pela Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) de Natal. “Não tenho medo de reconhecer os avanços do presidente Lula na área social, onde fui ministra com muito orgulho, e também não tenho medo de reconhecer, apesar dos problemas, o que deixou o ex-presidente Fernando Henrique com o Plano Real”, reforçou.
A senadora defendeu que seja feito um “realinhamento histórico” e que PT e PSDB sentem na mesma mesa de discussão, deixando para trás os “fisiologismos partidários". “A gente precisa fazer política com ‘P’ maiúsculo e não mesquinha, que não reconhece avanços”, afirmou ainda a ex-ministra que se disse contrária à reeleição e favorável ao mandato de 5 anos para presidente.
Na abordagem da política local, Marina Silva disse que respeita as situações do PV no Rio Grande do Norte, mas enfatizou que o palanque dela no Estado não terá o DEM, do senador José Agripino Maia, que é apoiado para a reeeleição pela prefeita de Natal Micarla de Sousa (PV). “O senador Agripino estará com o Serra e os do PMDB com a Dilma. Não vou para o palanque de nenhum deles. Estarei com a Micarla, com as lideranças do PV. A discussão interna está sendo acompanhada pela direção nacional”, frisou Marina.
Marina alerta para risco de desertificação
Ao discursar para os associados da CDL de Natal, ontem à tarde, a pré-candidata pelo PV, senadora Marina Silva, pautou a necessidade de se fortalecer o Estado econômica, social e ambientalmente, mostrou por que uma questão está atrelada a outra e disse que o Brasil está “na educação infantil no combate ao problema ambiental”. Para fortalecer o discurso sustentável, citou exemplos diretamente relacionados ao Rio Grande do Norte, cujos índices de suscetibilidade à desertificação atingem mais de 95% do território. “Se não cuidarmos essa área pode passar de semiárido para árido e as populações abaixo de 30 anos terão muitos problemas”, assinalou.
Marina comentou os cinco pontos considerados essenciais pelos empresários para o desenvolvimento do estado. O presidente da CDL, Ricardo Abreu, elencou como prioridades para o estado a efetivação do início das obras do Aeroporto de São Gonçalo do Amarante; a criação de um Porto e de uma Zona de Processamento de Exportação (ZPE); o debate em torno das energias renováveis; o equilíbrio das diferenças regionais; e o incentivo às micro e pequenas empresas. Ricardo Abreu indagou ainda à ex-ministra do Meio Ambiente sobre como crescer com sustentabilidade.
Ela disse ser “muito fácil em tempo de pré-campanha os políticos dizerem que assinam embaixo reivindicação A ou B” e que muitos dos questionamentos podem requerer uma reforma tributária ou trabalhista. “É simples chegar aqui e dizer que não deu tempo fazer isso ou aquilo; ou que precisa de mais quatro anos para realizar; ou até mesmo chegar e apresentar alguém que pode solucionar o problema”, criticou.
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