HOMOSSEXUAIS FILIADOS AO PV DEIXARAM A LEGENDA
O contraste entre as crenças de Marina Silva e as bandeiras libertárias que inspiraram a criação do PV provocou uma primeira dissidência no partido.
Com palavras de ordem contra a pré-candidata ao Planalto, um grupo de militantes rasgou suas carteirinhas de filiação e articula o lançamento do Partido Livre, dedicado à defesa das minorias e de direitos individuais.
Eles afirmam que a entrada da senadora, evangélica, fez o PV abandonar causas históricas como a legalização do aborto e a união civil de homossexuais.
“Sofremos um estupro ideológico”, queixa-se a presidente do futuro partido, Rose Losacco. “Ajudei a fundar o PV e não posso admitir que joguem seu programa no lixo por causa das crenças de uma pessoa”, diz.
Para receber Marina, os verdes criaram uma cláusula de consciência que permite a filiados se opor a itens do estatuto do partido por convicções religiosas.
Avalista da idÉia, o presidente do partido, José Luiz Penna, é o principal alvo dos rebeldes. “Ele parece o Fidel Castro, não sai nunca do poder. Está usando até aquele bonezinho verde”, ataca Rose. “Hoje o PV apoia todos os governos. Virou um partido de aluguel”.
No cargo desde 1999, Penna não quis comentar as críticas e a criação da nova legenda. A dissidência promove hoje seu primeiro encontro nacional, em Belo Horizonte.
Vai anunciar apoio a Dilma Rousseff, do PT. A justificativa é que ela apoiaria as causas renegadas por Marina, entre elas o casamento homossexual e a liberalização da maconha.
Esta semana, o PV sofreu outra baixa em protesto contra Marina. O presidente do Grupo Gay da Bahia, Marcelo Cerqueira, decidiu trocar o partido pelo PT. Em abril, um vereador verde de Alfenas (MG) acusou a senadora de se recusar a receber uma bandeira arco-íris.
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