quarta-feira, 23 de junho de 2010

DEPUTADA EVANGÉLICA É CASSADA POR CORRUPÇÃO



EURIDES BRITO (PMDB) FICOU CONHECIDA COMO A DEPUTADA DA BOLSA

A deputada distrital Eurides Brito (PMDB), filmada colocando dinheiro na bolsa, foi cassada nesta terça-feira pela Câmara Legislativa do Distrito Federal por quebra de decoro parlamentar.
Por 16 votos a 3, os deputados distritais entenderam que o vídeo em que aparece recebendo pacotes de dinheiro do delator do mensalão do Distrito Federal, Durval Barbosa, comprova a participação da deputada no esquema. Outros quatro deputados se abstiveram e um não participou da sessão.
Relatora do processo de cassação, a deputada distrital Érica Kokay (PT) pediu a cassação de Eurides por quebra de decoro parlamentar. Kokay classificou o esquema de distribuição de propina como uma "quadrilha".
"Não interessa quando se deu o crime, mas sim se foi crime. E crime de formação de quadrilha é de natureza continuada", disse a relatora.
Graças a uma decisão judicial conseguida por Eurides no Tribunal de Justiça, na véspera da sessão, os deputados não foram obrigados a votar em aberto - como manda a lei distrital. A deputada fez o mesmo pedido ao Supremo Tribunal Federal, que arquivou a reclamação nesta Corte.
Em sua defesa, Eurides afirma que o dinheiro que recebeu de Durval não era propina do mensalão, e sim verba da campanha de 2006. A deputada não compareceu à sessão.
Além da parlamentar, os deputados distritais Leonardo Prudente (sem partido) e Júnior Brunelli (PSC), todos evangélicos, foram filmados recendo dinheiro do delator do mensalão. Ao contrário de Eurides, Prudente e Brunelli preferiram renunciar ao cargo e evitar a cassação.
Na sessão desta terça-feira, o advogado Jacques Domenico, representante da deputada, sustentou que ela não poderia ser cassada por um ato anterior ao mandato.
"No Senado e na Câmara, nenhum parlamentar pode ser cassado por ato anterior ao mandato. O mandato é a partir de 2007 e a prova é de 2006", disse.
A permanência de Eurides no PMDB causava constrangimento ao PT, que fez aliança com o partido para a eleição de outubro depois de tanto criticar a deputada. Com a cassação da deputada, quem assume é o deputado distrital Roberto Lucena (PR), irmão do empresário Gilberto Lucena, suspeito de ter abastecido o mensalão do Distrito Federal. Ele se absteve de votar.

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