terça-feira, 19 de outubro de 2010

DILMA ENVIA CARTA AO POVO DE DEUS

ARTICULISTA REINALDO AZEVEDO ANALISA TRACHO A TRECHO CARTA DA PETISTA

Dilma acabou assinando a sua “carta” de compromisso com os cristãos. O melhor é comentar trecho a trecho, como sempre.
Dilma: Dirijo-me mais uma vez a vocês, com o carinho e o respeito que merecem os que sonham com um Brasil cada vez mais perto da premissa do Evangelho de desejar ao próximo o que queremos para nós mesmos. É com esta convicção que resolvi pôr um fim definitivo à campanha de calúnias e boatos espalhados por meus adversários eleitorais. Para não permitir que prevaleça a mentira como arma em busca de votos, em nome da verdade quero reafirmar:
Comentário: A defesa que Dilma fez da descriminação do aborto não é boato, é fato. Já que ela e seu partido decidiram tocar no assunto, é preciso deixar isso claro de novo. O governo, de que ela foi a grande comandante, atuou firmemente em favor da legalização da prática. Também é fato, não boato.
Dilma: 1. Defendo a convivência entre as diferentes religiões e a liberdade religiosa, assegurada pela Constituição Federal;
Comentário: Ótimo! Dilma promete seguir a Constituição.
Dilma: 2. Sou pessoalmente contra o aborto e defendo a manutenção da legislação atual sobre o assunto;
Comentário: A linguagem é um vírus. “Pessoalmente contra”, todo mundo é. Só faltava alguém ser favorável à morte dos fetos. A questão em debate é a descriminalização ou não da prática. Pede a história que este comentário continue com um vídeo. Volto em seguida com a carta e com novas observações.
Dilma: 3. Eleita presidente da República, não tomarei a iniciativa de propor alterações de pontos que tratem da legislação do aborto e de outros temas concernentes à família e à livre expressão de qualquer religião no País.
Comentário: É pouco. Se eleita, o governo terá ampla maioria no Congresso para votar o que quiser. Os petistas podem decidir pôr em prática as resoluções de seu 3º Congresso. A defesa da descriminação do aborto está lá, na página 82.
Dilma: 4. O PNDH3 é uma ampla carta de intenções, que incorporou itens do programa anterior. Está sendo revisto e, se eleita, não pretendo promover nenhuma iniciativa que afronte a família;
Comentário: O governo já mudou o que achava que deveria mudar no PNDH3. Paulo Vannuchi, ministro dos Direitos Humanos, já avisou que, agora, fica tudo como está.  ASSIM, É MENTIRA QUE ELE ESTEJA SENDO REVISTO. Dilma não precisa “promover” nada. Basta que promovam por ela. O PNDH3 fazia a defesa explícita da legalização do aborto, agora faz a defesa oblíqua: “Considerar o aborto como tema de saúde pública, com a garantia do acesso aos serviços de saúde”. Já que se trata de uma carta sobre religião, diria que é uma espécie de texto do capeta (é metáfora, tá, pessoal?), em que o mal se esconde no detalhe. Se o aborto é apenas um problema de saúde pública, então NÃO É UM PROBLEMA que diga respeito à vida do feto. Logo, tudo é possível.
O que Dilma quer dizer com “nenhuma iniciativa que afronte a família”? Ela não toca na união civil de homossexuais, por exemplo. Afronta a família ou não? Tem o mesmo peso do aborto? E a regulamentação — de fato, legalização — da prostituição?  Isso também continua no PNDH3. Observem que a candidata se compromete a não “promover”. Em nenhum momento, diz, por exemplo, que vai lutar contra a descriminação do aborto.
Dilma: 5. Com relação ao PLC 122, caso aprovado no Senado, onde tramita atualmente, será sancionado em meu futuro governo nos artigos que não violem a liberdade de crença, culto e expressão e demais garantias constitucionais individuais existentes no Brasil;
Comentário: Mais uma vez, promete respeitar a Constituição. Que bom!
Dilma: 6. Se Deus quiser e o povo brasileiro me der, a oportunidade de presidir o País, pretendo editar leis e desenvolver programas que tenham a família como foco principal, a exemplo do Bolsa Família, Minha Casa, Minha Vida e tantos outros que resgatam a cidadania e a dignidade humana.
Comentário: Aqui se confundem alhos com bugalhos. Até onde sei, ninguém contestou os programas sociais.
Dilma: Com estes esclarecimentos, espero contar com vocês para deter a sórdida campanha de calúnias contra mim orquestrada. Não podemos permitir que a mentira se converta em fonte de benefícios eleitorais para aqueles que não têm escrúpulos de manipular a fé e a religião tão respeitada por todos nós. Minha campanha é pela vida, pela paz, pela justiça social, pelo respeito, pela prosperidade e pela convivência entre todas as pessoas.
Dilma Rousseff
Comentário: Perdendo votos, foi o PT quem inventou o tal “fator religioso”, enroscando-se, depois, na própria teia. Já andei lendo as reportagens sobre a carta de Dilma. Pelo visto, a mentirinha de que o PNDH3 está sendo revisto vai passar em brancas nuvens.

6 comentários:

Joicy Costa disse...

Prezado Jailson,

Respeito a postura política e o direito que você tem de manifestar seu partidarismo e apoio ao candidato tucano "José Serra" (o conteúdo das postagens não nega, ou pelo menos aparenta). Isto é sinal de liberdade democrática. Entretanto, também é lícito me posicionar enquanto cientista social e cristã que sou, afinal de contas, os textos de seu blog me deram a oportunidade para tanto. Discordo do especialista Reinaldo Azevedo, pois o "fator religioso" existe nesta campanha independente da perda dos votos de Dilma, basta você, enquanto cientista político analisar o comportamento da igreja nestes últimos meses quanto a este assunto. A igreja se posicionou, se bem ou mal, mas se posicionou e isto se constituiu um fator religioso preponderante nas eleições presidenciais, não há como negar. No meu entender, o "fator religioso" que temos presenciado é sinal de uma política ingenua e moralista da igreja que não percebe o seu discurso intolerante frente aos demais bilhões de brasileiros que tem o direito de não viver de acordo com o prisma cristão, sendo o país regido por um Estado democrático e laico que deve legislar pelo bem comum e não pela moral de um único grupo que se elegeu como dominante e legítimo, dono da verdade e, inclusive do próprio Estado. É muito fácil tratar o tema do aborto como tabu e, mais uma vez, jogar o problema para debaixo do tapete em nossos dias, enquanto Jesus não negava a existência de problemas sociais e morais de sua época, mas nem por isso criminalizava as pessoas ou recusava-se a ajuda-las mesmo que pouco tempo após estas o viessem a crucificar. Queremos um Estado Evangélico, com leis Evangélicas e não há "nada demais" em impor nosso estilo de vida às pessoas. Mas, será que elas querem? Elas têm o direito de não aceitar assim como nós decidimos crer! Os cristãos gostariam de viver em um Estado Teocrático em que as leis fossem baseadas no Alcorão ou nos preceitos da Umbanda? Certamente que não. Ou seja, somos intolerantes e orgulhos de nossa condição de cristãos enquanto que o prório Jesus não se preocupava com glórias humanas. Infelizmente, as tradições cristãs têm se tornado apenas "glórias humanas".

O meu desejo é que a igreja, enquanto povo de Deus, e porque não dizer enquanto instituição política também, abra seu entendimento para além de um moralismo superficial e ingênuo e um evangelho messiânico que não tem salvado ninguém, inclusive a própria igreja. Se de fato ela deseja ver os brasileiros salvos, não é pela via presidenciável e do congresso nacional que conseguirá este feito, impondo seus valores, até porque devemos deixar as coisas a quem de direito: questões do Estado com o próprio Estado, questões espirituais com o próprio Deus. Só uma reforma interior da igreja faria ela novamente ser exemplo moral para esta sociedade. A imposição de "leis cristãs" não santificará mais, ou menos, a nossa nação. Embora o sistema-mundo jaz no maligno, o respeito às diferenças é mais que necessário em nosso tempo, é urgente. Lembremo-nos que nosso passado, em defesa dos mesmos valores cristãos atrocidades foram cometidas. Assim, vejo que o testemunho arrasta mais que a imposição de normas e valores que nós cristãos, muitas vezes, na intimidade do nosso coração, temos negligenciado pelo fascínio da fama e do poder. Brigamos pela não descriminalização do aborto por um lado, e por outro permitimos que corrupções das mais diversas se institucionalizem e sejam vistas como naturais (ou abafadas!) no seio do corpo de Cristo... Esta banda podre ninguém quer comentar, não é mesmo?! Eu realmente custo a entender porque tanta incoerência! Como sempre, "moral e ordem a preservar" como em todos os regimes fascistas e ditatoriais. Infelizmente não tem sido diferente, mundam só os atores sociais envolvidos.

Joicy Costa disse...

Parte 2 e final do comentário

Utilizemos o voto para o exercício da cidadania, do bem comum, do avanço do Brasil e não para um retrocesso. Se preferimos votar em um político por sermos contra o aborto e esquecemos de sua trajetória de privatizações e arrocho salarial na sua atuação no governo de FHC é porque, além de termos memória curta, não aprendemos o real sentido da política, limitando-nos a um ascetismo ingenuo e messiânico que, alvo da manipulação das assessorias de campanha, faz os cristãos acreditarem que de fato ele "é do bem e à favor da vida". Irmãos, lamento desiludi-los: o Brasil não é de Jesus, é dos brasileiros. Os cristãos serão de Cristo se permitirem, com seu testemunho, que é o luzeiro das nações. Portanto, optar pelo retrocesso político em nome de um marketing eleitoral, é, na minha opinião, resultado de que a política com "P" maiúsculo ainda não foi descoberta e exercida por esta parcela de cristãos. Mudemos essa realidade.


Será que este comentário sobreviverá à moderação? Espero que sim, pelo bem da liberdade de pensamento e opinião.


Obrigada!

Att.

Joicy.

João Ricardo Correia disse...

VOTO DILMA 13.

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