Bispo Juan Gerardi
MILITANTES DE DIREITOS HUMANOS SÃO AMEAÇADOS POR SETORES CASTRENSES
O coordenador do Escritório de Direitos
Humanos do Arcebispado da Guatemala (ODHAG), Nery Rodenas, denunciou, em
coletiva de imprensa, ameaças e intimidações de setores castrenses contra o
organismo e as comemorações que lembram o décimo quarto aniversário do
assassinato do bispo Juan Girardi.
O evento, organizado pela Igreja
Católica, reuniu representantes de organizações religiosas, populares e
ativistas dos direitos humanos na capital guatemalteca.
Rodenas revelou que na véspera das
comemorações, o oficial reformado Francisco Escobar Blas ameaçou militantes da
ODHAG durante audiência com deputados, quando trataram da designação do novo
procurador de Direitos Humanos.
Escobar Blas, que está sendo processado
acusado de participação na execução de Gerardi, acusou na audiência a ODHAG de
ser um corpo ilegal e aparelho clandestino de segurança.
O arcebispo metropolitano, Oscar Vian,
manifestou-se surpreso com as intimidações dos militares e lamentou que a data
tenha sido utilizada para ataques como o perpetrado por Escobar Blas para
atacar, desqualificar, distorcer e confundir a opinião pública com suas
ameaças.
Gerardi, 75 anos, foi assassinado na
noite do dia 26 de abril de 1998, quando estava na casa pastoral da igreja San
Sebastián. Dois dias depois da morte do bispo, a ODHAG apontou os militares
como mandantes e executores do assassinato e também responsabilizou-os pelas
violações aos direitos humanos que ocorreram no país durante a guerra interna.
A cada ano, milhares de fiéis, alunos de
escolas religiosas e ativistas de direitos humanos visitam a cripta das
catacumbas da Catedral Metropolitana, onde Gerardi está enterrado. Neste ano,
na quinta-feira, 26, foi realizada a “Marcha do Silêncio”, sob o lema “Pela paz
e a memória”. Uma multidão portando velas acesas marchou da Catedral
Metropolitana até a Paróquia de San Sebastián.
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