EM PERNAMBUCO OS CANDIDATOS EVANGÉLICOS SÃO OS MAIS VOTADOS
Nas duas últimas eleições em Pernambuco, o segmento evangélico fez os campeões das urnas na disputa pelo Legislativo. Em 2006, o deputado Pastor Cleiton Collins (PSC) foi reeleito para a Assembleia Legislativa com 89.586 votos. Em 2008, André Ferreira (PMDB) conquistou o segundo mandato para Câmara do Recife com 15.117 votos.
Ambos são oriundos da Assembleia de Deus, uma das denominações que contribuem para que Pernambuco seja hoje o estado com o maior percentual de evangélicos do Nordeste – entre 20% e 25% da população.
Na eleição deste ano, Collins tentará renovar sua cadeira na Casa de Joaquim Nabuco. Por sua vez, André apoiará o pai, presbítero Manoel Ferreira (PR), que busca o sétimo mandato de deputado estadual. Também trabalhará para eleger o irmão gêmeo, Anderson Ferreira (PR), que estreia na disputa proporcional como candidato a deputado federal.
Segundo cálculos das próprias igrejas, a partir de estimativas do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o censo 2010 deve apontar um percentual de 25,5 de evangélicos numa população que beira os 9 milhões. Em 2000, o índice era de 13,5% num universo de 7,9 milhões de habitantes.
Em Pernambuco está também Abreu e Lima, cidade considerada ”capital nacional dos crentes”. Localizado na Região Metropolitana do Recife, a 20 quilômetros da capital, o município tem 95, 1 mil moradores, dos quais 31% são evangélicos. O percentual é o dobro da média nacional (15%).
Diante de um eleitorado dos mais fieis, cujo lema é ”crente vota em crente”, outros nomes, de legendas diversas e de diferentes congregações, se apresentam.
Da Assembleia de Deus Missão Pernambuco estão no páreo o presbítero José Adauto e o pastor Francisco Eurico. Ambos são do PSB e concorrem, respectivamente, aos Legislativos estadual e federal. Soldado Moisés (PSB), da Igreja Batista, e Ayrinho (PSB), da Assembleia de Deus, tentarão novo mandato estadual.
O mesmo trilhará a missionária da Igreja Universal do Reino de Deus Dilma Lins (DEM).
Mas Dilma, que em 2006 ficou na quarta suplência e só conseguiu a vaga com a eleição de Ricardo Teobaldo (PSDB) para Prefeitura de Limoeiro, em 2008, não contará com o apoio da comunidade evangélica que integra.
Mas Dilma, que em 2006 ficou na quarta suplência e só conseguiu a vaga com a eleição de Ricardo Teobaldo (PSDB) para Prefeitura de Limoeiro, em 2008, não contará com o apoio da comunidade evangélica que integra.
A Universal lançará outro candidato e também prepara nome para a disputa federal. A igreja, cujo projeto de ocupação de espaço nos parlamentos é comandado nacionalmente pelo Bispo Edir Macedo, mantém os nomes ainda em segredo. De concreto, sabe-se que eles concorrerão pelo PRB, sigla ligada à Universal, e que hoje tem como representante na política estadual o Pastor Alfredo Santana, vereador do Câmara do Recife.
Os escolhidos – Há que se destacar que, em Pernambuco, o PRB é presidido pelo deputado federal e cantor Marcos Antonio, que tentará a reeleição. No entanto, ele não será apoiado pela Igreja. Aliás, a Universal, que costuma lançar e fazer campanha para ”os escolhidos” durante os seus cultos, vem de resultados negativos em 2006. Naquele ano, Dilma Lins, como dito, ficou na suplência da Assembleia Legislativa. O pastor Evandro Garla, escolhido para disputar cadeira de deputado federal, não se elegeu.
Garla ocuparia a vaga deixada pelo pastor Marcos de Jesus, que foi impedido pelos irmãos de fé de concorrer a novo mandato. Acusado, em 2006, de envolvimento no escândalo das Sanguessugas – esquema que fraudava compra de ambulâncias para municípios – Jesus foi, inclusive, banido dos quadros da igreja.
A decisão partiu do conselho político da Universal, que puniu parlamentares de outros estados citados nas investigações.
Nenhum comentário:
Postar um comentário