As 172 tatuagens do paulistano Marcos Motolo, de 37 anos, são de um típico metaleiro: todas (incluindo o número 666 e uma estrela de cinco pontas, ligadas ao satanismo), fazem referência à sua paixão da juventude, a banda de rock Iron Maiden. Mas, há cinco anos, ele decidiu dar um rumo radicalmente diferente à sua vida: virar pastor da Assembleia de Deus. Segundo ele, foi um chamado de Jesus.
Fanático, Marcos conta que colecionar CDs, DVDs, pôsteres e reportagens não eram suficientes para mostrar sua admiração pelo grupo.
- Tem fã que quer ter tudo da banda, eu queria levar para o caixão - conta o pastor, que fundou um fã-clube do grupo em 1995 e foi convidado para uma participação no documentário "Iron Maiden - Flight 666".
Oferta de R$ 36 milhões pela pele do pastor
A primeira tattoo foi feita em 1999. E ele não parou mais, tornando-se o homem com mais tatuagens de uma única banda no mundo todo. Uma empresa japonesa chegou a oferecer R$ 36 milhões por sua pele, que seria exposta em convenções. Mas, ele conta, uma visão mudou sua vida, no dia 10 de abril de 2005.
- Eram 4h, e Jesus surgiu para mim como o sol do meio-dia. Ele me disse que eu só havia chegado àquele ponto porque Ele havia permitido, mas que, a partir daquele momento, eu deveria pregar a Palavra - diz Marcos, afirmando que oito tatuagens desapareceram das suas mãos.
Pastor gastou R$ 50 mil em suas tatuagens
A primeira das 172 tatuagens foi feita em 1999
Com mais de 90% do corpo coberto por tatuagens, Marcos diz que não é possível removê-las. Por isso, ele resolveu assumi-las para se aproximar dos jovens e evangelizar: além de ministrar cultos, o pastor dá palestras até em outros países e já virou atração de programas de TV.
- Aconselho os jovens a não se tatuarem. Eu, se eu tivesse conhecido a Palavra, não teria feito. A Bíblia diz que não é bom que o corpo seja marcado - explica o pastor, dizendo não sofrer preconceito pelo visual diferente.
Marcos, que batizou seus dois filhos como James Alef (referência ao vocalista do Metallica) e Steve Harris (mesmo nome do fundador do Iron Maiden), diz que continua gostando de rock, mas hoje é bem mais moderado. E só se arrepende do dinheiro gasto na empreitada: cerca de R$ 50 mil.
- Tudo nessa vida vale a pena, mas o objetivo é morrer com Cristo - afirma o pastor.
Um comentário:
Mudança radical mesmo.
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