FILHA DE PASTOR NO RJ GANHA NOTORIEDADE COM SUPOSTAS CURAS
Filha de um pastor, Alani Santos virou a grande atração dos cultos do pai. Ela canta, abençoa os fiéis e os toca. Alguns desmaiam. Na tarde de quarta-feira, no templo da Igreja Pentecostal dos Milagres, perto do Centro de Alcântara, em São Gonçalo, 50 pessoas acompanham a pregação do ex-presidiário e agora pastor Adauto Santos, pai de Alani, na esperança de ver ou ser alvo de um ‘milagre’ da menina. Nos cultos, a pequena entoa cânticos. Depois, começa a abençoar quem precisa de uma graça. Serenamente, ela toca os fiéis e sopra seus rostos. Às vezes, grita palavras de ordem: “Ordeno que todo espírito maligno saia agora!!!”.
Adauto atribui à filha o dom da cura desde que ela era recém-nascida. “Aos 51 dias de vida, a mãozinha dela resvalou na barriga de uma mulher que tinha vários miomas. Depois disso, a barriga, que estava inchada, esvaziou-se como balão de gás, e os tumores desapareceram”, conta o pai, apressando-se em garantir que ele e a mulher, Sandra, nunca forçaram-na a participar dos cultos. “Ela é quem pede para vir à igreja e ajudar as pessoas”, retruca.
Sidney Galvão, 58 anos, morador de Itaboraí, se apresenta como prova dos supostos poderes de Alani. Descobriu que sofria de cardiomiopatia, mal que faz o coração crescer demais e perder força para bombear o sangue para o corpo. Após três enfartes e cirurgia cardíaca, só andava de muletas, tinha insuficiência respiratória e tomava 20 comprimidos por dia.
Conheceu a menina-missionária. Logo depois, abandonou por conta própria remédios e ignorou ordem médica para nova cirurgia: “Vou operar pra quê? O médico está me esperando até hoje”.
PEDIDO PARA AJUDAR ESTRANHOS
Segundo Adauto, a filha revelou ser diferente desde bebê. “Pessoas que a seguravam no colo começavam a chorar e a tremer, algumas desmaiavam, era intrigante. Nunca tinha visto nada parecido com alguém tão jovem”, relata.
Quando a menina tinha 1 ano e 10 meses, o casal Santos se assustou com a repercussão crescente dos milagres e resolveu afastar Alani da igreja. “Ela começou a ficar doente. Os médicos não descobriam o que era, mas ela não melhorava. Ela voltou aos cultos e tudo ficou bem”, relembra o pastor.
O pastor diz que a filha fica feliz em ajudar: “Se ela vê um deficiente físico na rua, pergunta se pode orar para ele ali mesmo”. Apesar do papel central nos cultos, até entrar em cena, Alani se comporta como qualquer criança de sua idade: durante a pregação do pai, não desgruda de enorme boneca.
Nenhum comentário:
Postar um comentário